Projeto institui primeira Escola de Música Cuiabana, com ensino da viola-de-cocho, mocho e ganzá

Iniciativa pioneira é da musicista, compositora e musicoterapeuta Josi Crispim, viabilizada por emenda do deputado Lúdio Cabral

A primeira Escola de Música Cuiabana acaba de ser inaugurada e abriu inscrições para aulas práticas e teóricas de viola-de-cocho, mocho e ganzá, instrumentos básicos que embalam a música, a dança e outras expressões da cultura e folclore cuiabanos. A iniciativa é da musicista, compositora e musicoterapeuta Josi Crispim e foi viabilizada por emenda do deputado Lúdio
Cabral (PT).

As inscrições podem ser feitas de hoje ao dia 21 de abril, pelo WhatsApp 65 99210-7535, diretamente com Josi Crispim. As aulas ocorrerão nas dependências da Paróquia Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, local simbólico da cultura cuiabana. O projeto também contará com a preparação vocal de Alize Bernardes.

Para o início das oficinas haverá uma aula inaugural no dia 22 de abril para apresentação aos alunos e alunas os objetivos, as regras de participação, os conteúdos programáticos, as datas de apresentações parciais e apresentação de encerramento.

“O projeto tem como objetivo dar oportunidade aos participantes das oficinas para aprenderem a tocar os instrumentos utilizados no cururu e no siriri: a viola-de-cocho, o mocho e o ganzá. As aulas serão práticas e teóricas e os alunos terão ainda uma oficina sobre noções de confecção dos instrumentos”, explica Josi Crispim

Além das aulas, aos participantes serão exibidos vídeos e documentários com personagens da música tradicional cuiabana, como o rasqueado, o cururu e o siriri, representantes de quintais cuiabanos e outras instituições ligadas ao tema. “A ideia é o aprofundamento do processo de
ensino-aprendizagem e do processo criativo do fazer musical que abarca toda a cultura musical mato-grossense”, acrescenta Josi.

As oficinas – complementa a realizadora do projeto – visam proporcionar aos participantes desenvolvimento musical, habilidades como relação interpessoal e autoestima. “Os alunos e alunas terão acesso à cultura e à arte cuiabana, com orientação profissional especializada, permitindo a compreensão e exercício de sua cidadania em igualdade de direitos, abrindo portas a outras possibilidades de convivência com a comunidade”, agregou.

“A Escola de Música Cuiabana se propõe como ferramenta de transformação e ampliação, do fazer e dos saberes da cultura mato-grossense. Para tanto é
importante salientar o porquê da relevância do projeto, considerando que será realizado no local mais simbólico da cultura Cuiabana, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário e São Benedito”, ressaltou Josi Crispim.

“Como amante da música cuiabana que sou, muito me orgulha empreender esse projeto, que pretende manter viva nossa cultura passando às novas gerações o conhecimento. E assim aumentar o número de tocadores e tocadoras viola-de-cocho, mocho e ganzá e valorizar o patrimônio imaterial da cultura cuiabana e ribeirinha, que é sua música tradicional”, finalizou a
realizadora do projeto.

Sobre Josi Crispim

Josi Crispim é cantora, compositora e multi-instrumentista, graduada em Música pela Universidade Federal de Mato Grosso e musicoterapeuta pela Censupeg. Ela se tornou a primeira mulher a tocar viola-de-Cocho profissionalmente, compondo o naipe do instrumento na Orquestra Sinfônica do Estado de Mato Grosso. Em 2015, se apresentou novamente com a
Orquestra a convite do Maestro Leandro Carvalho no Teatro Ibirapuera, em São Paulo. Nos anos 2000, compôs o Grupo Novos Chorões, sob a direção do professor Pio Toledo (in memoriam), e, em 2003, fundou o Grupo Bionne, um sexteto feminino. Atualmente, é professora do Projeto Educarte na Rede Estadual de Educação, se apresenta em eventos corporativos com diversas formações musicais e foi Ex-Conselheira Municipal de Política Cultural, eleita pela classe musical. Como musicoterapeuta, tem vasta experiência no
atendimento a pessoas com TEA e em diversas outras áreas, incluindo atendimentos clínico-hospitalares e musicoterapia organizacional. Atualmente, é pós-graduanda pela CBI of Miami em Intervenção ABA para Autismo e Deficiência Intelectual.

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