A publicação online está disponível no site do MinC e é uma realização da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli)
Compromisso com a pluralidade do pensamento, com a valorização dos saberes originários e com a construção de um país com um futuro mais justo e intercultural. Com esse objetivo, a revista indígena Pihhy, produzida pelo Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena, uma realização da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), chega a sua 7ª edição reafirmando sua missão com a partilha de conteúdos de diversos povos indígenas. No mês de abril, de visibilidade da luta indígena, a nova edição está disponível no site do MinC.
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Acesse a 7ª edição clicando aqui.
A Pihhy se consolida como um espaço de produção e circulação de conhecimentos indígenas, promovendo um diálogo vital entre educação, direito, sustentabilidade e saúde. Para o professor e coordenador do projeto, Alexandre Herbetta, a publicação se fortalece a cada edição, expandindo suas raízes pelos continentes, semeando pluralidade, democracia e propondo o bem viver.
“Na edição número 7, ampliamos nossas parcerias para o Nordeste brasileiro e o Sul mexicano, escutando as vozes de artistas, docentes e mestres originários. Aprendemos com outras estéticas, outras linguagens, e nos somamos à luta comum por um mundo mais justo. Nesta nova colheita, seguimos partilhando saberes e práticas que fortalecem os vínculos entre os territórios e as instituições, ocupando novos espaços e reafirmando nossa convicção: a transformação rumo à sustentabilidade deve acontecer em rede, a partir dos territórios e epistemologias originárias”, aponta o professor da UFG.
Nesta edição, os conteúdos trazem o fortalecimento das conexões com intelectuais indígenas do Brasil e da América Latina, além da reafirmação da parceria com a Universidade de Berkeley. Entre os destaques estão os contos de Ana Paula Pariko, uma reflexão sobre interculturalidade por Bruno Kaingang e Naine Terena, e uma análise sobre a saúde Karajá.
“Cada texto, áudio, imagem, aqui presentes, são um testemunho da força e da diversidade das epistemologias indígenas e preenchem lacuna violenta presente no sistema de educação que invisibiliza tantos saberes e linguagens. Um dos principais propósitos desta edição é reforçar a campanha para que intelectuais indígenas revisitem a narrativa oficial da história brasileira.
É tempo de contar nossas próprias histórias, ancoradas nos conhecimentos e vivências de nossos povos, rompendo com as visões hegemônicas que marginalizaram nossas vozes por séculos”, afirma o professor Gilson Tenywaawi Tapirapé.
Para o professor Tapirapém, ao contar as próprias histórias, os povos “não estão apenas resgatando e valorizando as memórias ancestrais, mas também pavimentando novos caminhos para a descolonização do pensamento”, finaliza Gilson Tenywaawi Tapirapé.
Saiba mais
A Revista Pihhy é um marco na história da produção intelectual indígena no Brasil. Única em seu gênero, a publicação tem sido uma ponte essencial entre os saberes indígenas e a sociedade, promovendo um espaço de expressão autêntico, pluriepistêmico e plurilíngue.
“Nesse sentido, ela é a nossa primeira ação em torno do programa Conexão, Cultura e Pensamento. Nosso primeiro solo para plantar e cultivar essas sementes é a roça indígena no sentido de ararmos um pensamento mais ‘orgânico, diverso, circular e cosmológico’, como diria Nêgo Bispo, nesta parceria do MinC com a UFG e com os pensadores, escritores, artistas, cientistas e mestres indígenas. Portanto, não foi à toa a escolha do nome para a revista”, afirma o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba.
A Revista Pihhy segue sendo um projeto inovador, plural e essencial para fortalecer redes de saberes e resistências indígenas. Seguimos semeando conhecimentos, narrativas e possibilidades para um futuro mais diverso e intercultural.
A produção é fruto de uma parceria firmada no ano de 2023 entre o MinC e a UFG. E é uma iniciativa de fortalecimento, conexão, cultura e pensamento. Os conteúdos começaram a ser produzidos no primeiro semestre de 2024.
O grupo que conduz a produção é liderado pelos professores Alexandre Hartant Herbetta e Gilson Tenywaawi Tapirapé, com apoio de Mirna Kambeba Anaquiri, José Alecrim, Gregório Huhte, Julio Kamer e José Cohxyj. Entre os resultados comemorados, os livros e e-books inseridos nos currículos e planos de ensino de unidades escolares em algumas partes do Brasil, chegando às escolas indígenas e não indígenas como material didático diferenciado.
Fonte: MinC