Revista indígena Pihhy apresenta diálogos para um país plural, justo e ancestral

Disponível no site do MinC, a publicação está na oitava edição e reafirma seu compromisso com a valorização da pluralidade indígena nas artes e na educação

A Revista Pihhy, produzida pelo Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena, uma realização do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli) e da Universidade Federal de Goiás (UFG), chega a sua edição de número 8, reafirmando o seu compromisso com a valorização da pluralidade indígena nas artes e na educação nas artes, na educação, nas mobilizações, na espiritualidade e nas práticas de resistência. A publicação já alcançou mais de 100 autores e autoras indígenas, pertencentes a mais de 40 povos originários distintos do Brasil e do México.

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Para o professor e coordenador do projeto, Alexandre Herbetta, a Pihhy é mais que uma publicação, “é um espaço coletivo de afirmação epistêmica e sensível, construído por e para parentes indígenas de diversas origens, territórios e caminhos”.

“Nosso projeto editorial continua firme em seus objetivos: estimular a criação, registro, circulação e visibilidade de saberes indígenas, com respeito às diferentes cosmologias e experiências. Ao mesmo tempo, a revista se propõe como um canal de contranarrativas históricas, abrindo espaço para textos, imagens, sons e visões que são, muitas vezes, silenciados nas mídias convencionais”, afirma Alexandre.

O curador da revista, Gregório Huhte Krahô, aponta a diversidade cultural da publicação. “Pihhy é a música. É cultura, língua, é a história. É a pintura corporal. Pihhy é o sol e a lua, é a terra e a chuva. Pihhy é a saúde e a educação. É nossa organização. É respeito e o nosso direito. É a natureza e a água. É o conhecimento do lugar. Pihhy é comunicação. É milenar. Pihhy é a semente de origem indígena”, explica.

Destaques da nova edição

A oitava edição da Pihhy traz a potência do diálogo com Rosani Kaingang e Gustavo Caboco, cujas reflexões e obras interpelam diretamente as formas coloniais de pensar e sentir o mundo, lançando luz sobre processos de retomada e reinvenção indígena em contextos urbanos e acadêmicos.

Destaque também para o cinema indígena, com o filme PUR, selecionado e presente no Festival Kino Mostra, reafirmando o audiovisual como uma das formas mais vivas de expressão e denúncia dos povos originários. A edição apresenta o minidocumentário Matriz Lahire, realizado junto com as lideranças Iny-Karajá.

No campo da literatura, a revista celebra o avanço da escrita indígena com autoras como Nadirene Karajá e Claudy Boe, que trazem à tona suas línguas, mitologias e memórias, tecendo narrativas que desafiam fronteiras e fortalecem a oralidade e o grafismo dos seus povos.

Ocupe a Revista Pihhy

A equipe da publicação convida indígenas para enviarem resenhas de livros, análises de filmes, textos sobre suas práticas artísticas, registros orais e experiências educativas.

Para Alexandre Herbetta, a revista é território vivo, em constante transformação, onde o ancestral e o contemporâneo caminham juntos. Mais do que uma revista, Pihhy é um ato de presença ancestral, uma oferenda feita com palavras, desenhos, sons e movimentos. É um espaço de expressão, reparação, justiça, denúncia, criação e reconstrução do mundo, onde cabem o silêncio dos rituais, o grito das marchas e a leveza das cantigas.
E afirma ainda que, com respeito à espiritualidade, o coletivo segue acessando camadas profundas da ancestralidade, tecendo a pluralidade como força, e construindo – com todos os parentes – um país mais justo, plural e verdadeiramente democrático.

Conheça

A produção é fruto de uma parceria firmada no ano de 2023 entre o MinC e a UFG e é uma iniciativa de fortalecimento à conexão, cultura e pensamento, e os conteúdos começaram a ser realizados no primeiro semestre de 2024. O grupo que conduz a produção é liderado pelos professores Alexandre Hartant Herbetta e Gilson Tenywaawi Tapirapé, com apoio de Mirna Kambeba Anaquiri, José Alecrim, Gregório Huhte, Julio Kamer e José Cohxyj.

Fonte: MinC

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