Com set feminino, filme com Letícia Sabatella conta história de mulheres e destaca cultura

O filme “Religare”, que estrela a atriz Letícia Sabatella, se passa em Cuiabá. As gravações começaram no último dia 24 e estão previstas para terminar até 28 de junho. O Gazeta acompanhou um dia nos bastidores da produção.

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O filme conta a história de 3 mulheres: Lurdes, uma indígena que esqueceu sua origem; Eloah, viúva de um empresário do agronegócio, que busca curar uma grave doença; e Vivi, uma jovem jornalista que enfrenta dificuldades em escrever sobre determinados temas. A história acompanha a vida do trio que, apesar de viver na capital mato-grossense, não se conhece.

A narrativa, portanto, é dividida em 3 núcleos. Na segunda-feira (2), as filmagens da trama que acompanha Eloah, personagem interpretada por Letícia Sabatella, se encerraram. Em Cuiabá desde o dia 19 de maio, a atriz nacional deixou a capital nesta terça-feira (3).

Ela já havia desembarcado em Cuiabá em outras oportunidades, mas foi a primeira vez que pode mergulhar de fato na cultura e na vivência cuiabana.

“Eu fiquei encantada. Eu estou profundamente agradecida por ter essa oportunidade. Para mim, é um respiro muito grande na minha vida, vir e pisar nesse chão, encontrar pessoas tão adoráveis, tão delicadas, encontrar tanto amor, tanta arte, tanta cultura”, contou Sabatella ao Gazeta, no quintal Flor Ribeirinha, no bairro São Gonçalo Beira Rio.

No filme, Joana, mãe de Eloah, é interpretada por Dona Domingas, fundadora do Grupo Flor Ribeirinha.

“Esse quintal aqui é um centro do mundo. Esse lugar, de Flor Ribeirinha, eu aprendi muita coisa, só de vir, só de encontrar essa força que é a Dona Domingas”, relatou a atriz.

Mel Rodrigues

Letícia Sabatella e Dona Domingas no quintal Flor Ribeirinha.

O filme trata de temas extremamente atuais, como a questão feminina, ambiental e indígena. Ao Gazeta, a diretora e roteirista Marithê Azevedo contou que a ideia do longa-metragem surgiu durante seu período em Cuiabá, quando foi professora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGECCO-UFMT).

“Em contato com essas culturas [de Mato Grosso], eu comecei a perceber essa questão da diversidade, que é muito forte. [O filme] vem de todo esse pensamento, esse modo de pensar que vem em decorrência de outros modos de estar no mundo, outros modos de existência”, explicou.

O roteiro de Religare começou a ser escrito em 2018. Segundo Marithê, a personagem de Eloah foi escrita especificamente para Letícia Sabatella.

“Eu conheço a Letícia há 30 anos. A gente já tem uma relação e eu penso em personagens para ela. Então, a personagem da Eloah eu escrevi para ela”, confessou.

Mel Rodrigues

A cineasta Marithê Azevedo.

Set feminino
Por se tratar de uma história sobre 3 mulheres, Marithê teve uma preocupação de montar uma equipe predominantemente feminina no set de gravação, especialmente nos cargos de liderança.

Uma dessas mulheres é a renomada e experiente diretora de fotografia Fernanda Tanaka, que já trabalhou em filmes de nomes como Cacá Diegues, Fernando Meirelles, Walter Salles e José Mojica Marins (o Zé do Caixão).

“Quando eu comecei a trabalhar há muitos anos, era ainda um set bastante masculino de modo geral, especialmente na área de fotografia. Mas de uns tempos para cá, eu tenho trabalhado muito com uma equipe feminina, tanto na equipe de câmera, como na equipe de direção e na arte”, disse Tanaka, que atualmente é presidente da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC).

Antes do início das filmagens, Tanaka, que é paulista, passou duas semanas em Cuiabá para analisar as locações e para entender questões específicas da cidade, como a luz solar, que influenciam diretamente no trabalho de fotografia.

“Eu passei duas semanas aqui com a Marithé. A gente ficou discutindo bastante o filme, discutimos cada cena do roteiro, e eu visitei várias locações, algumas que já estavam fechadas e outras que eram possíveis locações. Nesse estudo preliminar, que é o que a gente chama de pré-produção, eu consegui avaliar bastante de como é a luz natural, que horas o sol se põe, que horas o sol nasce, para entender os melhores horários de filmar a cena”, detalhou ao Gazeta Digital.

Fonte: Gazeta Digital

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