Escutatória Cultural: MinC retoma encontros virtuais para dialogar com segmentos estaduais e temáticos

Reuniões fazem parte da estratégia da pasta de ampliar os debates sobre a construção da Política Nacional para as Culturas Tradicionais e Populares

O Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, retomou as Escutatórias Culturais pelo Brasil, uma série de encontros virtuais que tem como objetivo ampliar a participação social na construção da Política Nacional para as Culturas Tradicionais e Populares. Após as etapas regionais, realizadas entre setembro e outubro de 2024, os diálogos são feitos agora com movimentos estaduais e temáticos. A primeira reunião ocorreu na noite desta segunda-feira (27) com a Rede Nacional Reggae. Nesta terça-feira (28), o debate foi com representações culturais de Pernambuco.

“Somos uma secretaria muito democrática, que tem feito uma relação direta com a sociedade civil e que já traz na sua política o DNA da participação e da gestão compartilhada. A meta é aperfeiçoar cada vez mais essa relação. É um eterno aprendizado fazer essa política pública acontecer e impactar na vida das pessoas”, destacou a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg.

Nas reuniões, o diretor de Promoção das Culturas Populares, Tião Soares, detalhou a atuação do Grupo de Trabalho responsável por produzir os subsídios para a elaboração e implementação da Política Nacional. Também abriu a possibilidade para o movimento Reggae e para o estado de Pernambuco indicarem representantes para compor o GT.

“Nós estamos construindo essa Política Nacional, que passou no tempo de ser realizada porque é um segmento que trata com as pessoas e movimentos mais vulnerabilizados e que precisam de uma reparação social e histórica. A gente quer fazer essa construção coletiva e participativa para que se garanta notadamente uma política nacional efetiva para as culturas tradicionais e populares”, afirmou.

Instituído pela Portaria Nº151/2024, o GT é composto por 13 representantes do Sistema MinC, além de convidados de 17 ministérios, oito entidades culturais, sete pesquisadores e 27 mestras e mestres das culturas tradicionais e populares.

Foto: Divulgação

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Demandas Reggae

Além de conhecerem as políticas do MinC, os participantes das escutatórias culturais tiveram a oportunidade de apresentar suas principiais demandas. O movimento Reggae, por exemplo, propôs a criação de um marco legal para incentivo e fomento a essa expressão cultural e artística no Brasil. “A gente vem batalhando por essa política mais ampla para todos os territórios e para que a gente possa ter o reconhecimento nacional dessa cultura”, frisou Patrícia Rodrigues da Silva, representante do Mato Grosso do Sul.

Da Bahia, Jussara Santana, citou a sanção da Lei nº 12.630/2012, que instituiu o Dia Nacional do Reggae, como um avanço importante, mas que ainda é preciso criar formas de integrar e mapear essa comunidade. “É muito importante que a gente entenda que o Reggae não é só uma música. É uma cultura, dita regras de viver, dita moda e manda seu povo se levantar e lutar por dias melhores. Estamos aqui firmes e fortes. Vamos apresentar propostas e provocar todos os Ministérios porque a gente precisa desenvolver essa cultura”, completou.

Demandas Pernambuco

Já os mestres e mestras das culturas tradicionais de Pernambuco citaram a necessidade de simplificação dos editais, a oferta de oficinas e cursos de formação em projetos culturais e a realização de um encontro presencial do Ministério com a Liga das Associações de Cultura Popular de Pernambuco, que agrega maracatus de baque solto, maracatus de baque virado, quadrilhas juninas, cavalos marinhos, afoxés, mamulengos, entre outros.

“A gente precisa conversar mais e mudar o olhar para a cultura. O MinC tem que se comunicar mais e escutar as lideranças e as demandas dos nossos grupos. Nós não somos o fim do espetáculo, nós somos o começo de tudo. Não somos só festa. Há necessidade de um olhar para o começo de tudo: os mestres”, observou o mestre Manoelzinho Salestiano.

Fonte: MinC

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