Filme, que também tem Kay Sara no elenco, mistura realismo social e elementos místicos para abordar temas como justiça ambiental, violência contra povos indígenas e espiritualidade
A diretora Marithê Azevedo, professora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da UFMT (ECCO) confirmou que as filmagens de Religare, seu novo longa-metragem de ficção, começam no próximo dia 24 de maio em Cuiabá e região metropolitana. O projeto está atualmente em fase de pré-produção, conforme disse ao PNB Online.
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Selecionado pelo Edital Ruth de Souza, voltado exclusivamente para mulheres diretoras, o filme mistura realismo social e elementos místicos para abordar temas como justiça ambiental, violência contra povos indígenas e espiritualidade. O roteiro original, também assinado por Azevedo, constrói um mosaico narrativo a partir das trajetórias de três personagens femininas, cujas vidas se cruzam em um cenário de conflito e transformação.
Letícia Sabatella interpreta Eloah, viúva de um empresário do agronegócio que, ao enfrentar uma crise pessoal, passa a confrontar os impactos causados pela empresa da família ao meio ambiente e às comunidades indígenas. Kay Sara vive Lurdes, uma mulher indígena que cresceu afastada de suas origens e parte em busca do irmão desaparecido, numa jornada de reconexão com sua cultura ancestral. Já a jornalista Vivi, interpretada por Ediana Souza, arrisca a própria vida para denunciar a violência contra os povos originários, tornando-se uma voz ativa na luta por justiça.
“Essas mulheres descobrem que religare, do latim, religar, não é apenas um conceito, mas um caminho. Seja por meio da cura ancestral, da justiça ambiental ou da memória dos silenciados”, afirma a diretora.
O elenco conta ainda com Daniel Dantas e diversos atores locais, entre eles Maria Clara Bertúlio, Romeu Benedito, Vera Capilé, Thereza Helena, Luiz Marchetti, Lioniê Vitório, Benedita Xuxa e Ilson Oliveira.
Produzido pela Latitude Filmes, Religare já passou por uma série de laboratórios e premiações voltados ao desenvolvimento de projetos audiovisuais, como o Bolívia Lab, o Visões Periféricas, o Rio2C e o Lab Mode On. Em 2017, o roteiro venceu o Concurso de Desenvolvimento de Roteiros do Ministério da Cultura.
Confira a sinopse completa:
Três personagens femininas, à procura de autonomia e pertencimento, encontram algo muito maior do que a busca individual. Uma indígena, uma viúva de um empresário do agronegócio e uma jovem jornalista têm suas vidas interligadas e transformadas sem que elas nunca se encontrem. Um conflito social afeta as três personagens de modos distintos, impulsionando uma mudança de rumo na vida de cada uma delas, que ganham força, saem da invisibilidade e passam a atuar de maneira efetiva nos espaços em que vivem, ampliando as suas ações para a coletividade.
Religare traz em sua narrativa uma interrelação entre temas emergentes como a questão feminina, questões ambientais, os direitos indígenas, que se intercruzam numa estrutura coral. Este projeto foi selecionado e premiado pelo IX Laboratório de Análises e Clínica de Projetos Cinematográficos da Iberoamérica, Bolívia Lab e pelo Concurso de Desenvolvimento de Roteiros do Minc de 2017. Passou pelo Lab Visões Periféricas e pelo Rio2C em 2018; pelo Lab Audiovisual organizado pelo Sebrae em parceria com a Bravi em 2019; LAB Mode On, laboratório, consultorias virtuais para projetos audiovisuais do Sebrae em 2020, selecionado pelo Edital do MINC/Ancine Ruth de Souza para filmes dirigidos por mulheres, para a sua realização.
Fonte: PNB Online
